A nova decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2060, altera de forma drástica o futuro político do ex-presidente. Antes, havia a expectativa de que ele pudesse concorrer novamente em 2030, mas a execução imediata de sua pena de 27 anos e três meses inviabiliza qualquer tentativa de retorno até meados do século. Segundo a legislação brasileira, a inelegibilidade de oito anos só começa após o cumprimento integral da pena, o que empurra a possibilidade de reabilitação política para muito além de 2050.
A defesa de Bolsonaro, surpreendida pela execução antecipada, ainda pretende protocolar recursos até o dia 28, embora a decisão já esteja em curso. A condenação, agora em fase de execução, marca a terceira vez que Bolsonaro é declarado inelegível, mas é a primeira que envolve uma pena criminal com impacto duradouro sobre seus direitos políticos. O desfecho afasta definitivamente a presença do ex-presidente nas urnas e reforça a necessidade de reorganização entre seus aliados.
Com o ex-presidente fora da disputa, o foco da direita se volta para a busca por um herdeiro político em 2026. Nos bastidores, nomes como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ganham força, sendo considerado o mais viável para manter o legado bolsonarista. Tarcísio deve, inclusive, solicitar em breve uma visita a Bolsonaro na sede da Polícia Federal, onde ele cumpre pena — gesto visto como simbólico e estratégico para atrair o eleitorado conservador sem romper com o núcleo duro do ex-presidente. Enquanto isso, líderes do Centrão demonstram incômodo com a tentativa de Bolsonaro de manter protagonismo mesmo fora das eleições, cenário que promete disputas internas pela liderança da direita nos próximos anos.








