Bolsonaro pode ser preso nos próximos dias após rejeição de recursos pelo STF

Ministro Alexandre de Moraes decidirá se aceita novos embargos ou inicia execução da pena de 27 anos contra o ex-presidente

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado entrou em uma nova fase após a publicação do acórdão pelo Supremo Tribunal Federal na última terça-feira (18). O documento oficializa o resultado do julgamento, que definiu uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão para Bolsonaro, dividida entre reclusão e detenção, em razão de cinco crimes graves. A sentença inclui acusações como organização criminosa, golpe de Estado e dano ao patrimônio público, e a pena deverá ser cumprida em regime fechado. Também foi estipulada uma multa calculada em 124 dias-multa, com valor diário correspondente a dois salários mínimos da época dos fatos.

A partir da publicação do acórdão, as defesas dos réus, incluindo a de Bolsonaro, têm até domingo (23) para apresentar embargos de declaração, recurso que serve para apontar eventuais omissões ou obscuridades no texto da sentença. Esses embargos, contudo, não têm poder de reduzir a pena e, caso sejam considerados apenas como estratégia de atraso no processo, podem ser rejeitados sumariamente pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. O ministro poderá dar início imediato à execução da pena se considerar que os recursos são infundados.

Segundo apuração do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, existe a expectativa de que a prisão de Bolsonaro ocorra já na próxima semana, caso os recursos sejam negados. O julgamento, que se encerrou em setembro com votação de 4 a 1 contra o ex-presidente, também condenou outros sete réus e investigou uma articulação para subverter o resultado das eleições de 2022. A defesa de Bolsonaro ainda poderá tentar novos recursos, mas o cenário aponta para uma definição rápida do destino judicial do ex-mandatário.

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