Brasil no caminho dos tornados: por que o Sul do país é uma das áreas mais propensas do mundo
Fenômeno que devastou cidade no Paraná reacende alerta sobre o chamado “Corredor de Tornados” e os riscos no território gaúcho
Apesar da imagem de tranquilidade climática no Brasil, a Região Sul possui condições ideais para a formação de tornados, posicionando o país como a segunda área mais favorável à ocorrência desses fenômenos no mundo, atrás apenas da zona central dos Estados Unidos. A tragédia recente em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, com ventos que atingiram 250 km/h, reacendeu o alerta para os riscos na área. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, juntamente com partes de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, compõem o “Corredor de Tornados” sul-americano, caracterizado por topografia plana e encontro de massas de ar, cenário ideal para tempestades intensas.
A formação de um tornado exige uma combinação de fatores meteorológicos: ar quente e úmido ascendente, ar frio e seco descendente, e mudança na direção dos ventos com a altitude. A carência de dados oficiais no Brasil dificulta a compreensão completa do fenômeno, mas levantamentos independentes indicam mais de 800 tornados entre 1898 e 2020 no país, com predominância notável no Sul. Somente em 2024, foram registrados 28 casos, sendo 23 apenas em estados sulistas.
A dificuldade na previsão exata de onde e quando um tornado ocorrerá é um desafio significativo, intensificado pela falta de redes de monitoramento abrangentes e tecnologia avançada no Brasil. Embora as mudanças climáticas sejam debatidas como um fator potencial, especialistas afirmam que ainda não há comprovação científica que estabeleça uma relação direta com o aumento da frequência dos tornados. Contudo, a crescente urbanização e o desmatamento elevam a vulnerabilidade das áreas atingidas, potencializando os efeitos devastadores desses eventos, especialmente em regiões com construções frágeis.







