CPMI do INSS aprova dois pedidos de prisão preventiva e mais de 390 requerimentos

Presidente da AAPB e empresário investigado por movimentações financeiras estão entre os alvos; R$ 2,56 bilhões já foram ressarcidos a aposentados e pensionistas
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira, 27 de novembro, 393 requerimentos propostos pelos parlamentares, incluindo dois pedidos de prisão preventiva. Foram alvos das medidas:
- Cecília Rodrigues Mota, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), que já havia prestado depoimento à comissão;
- João Carlos Camargo Júnior, conhecido como “alfaiate dos famosos”, investigado por envolvimento em movimentações financeiras com diversos alvos da CPMI e da Polícia Federal.
Os demais requerimentos aprovados incluem acareações, pedidos de bloqueio de bens e solicitações de informações. Também foram retirados da pauta, por falta de consenso, 86 requerimentos, que devem ser votados na próxima semana.
Entre os itens adiados está a convocação coercitiva do advogado-geral da União, Jorge Messias, que já foi convidado a depor, mas não compareceu, gerando polêmica entre os membros da comissão.
Na mesma sessão, os parlamentares ouviram o contador Mauro Palombo Concílio, responsável pela contabilidade de empresas suspeitas de receber valores provenientes de descontos indevidos aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.
Ressarcimentos
O Ministério da Previdência Social informou que já foram restituídos R$ 2,56 bilhões a cerca de 3,75 milhões de beneficiários lesados pelo esquema de descontos ilegais nos benefícios pagos pelo INSS.
Segundo a pasta, 6,1 milhões de segurados contestaram valores descontados indevidamente, e 4,84 milhões estão aptos a receber os ressarcimentos. A solicitação pode ser feita até 14 de fevereiro de 2026, por meio dos canais oficiais:
- Aplicativo ou site Meu INSS (com login via Gov.br)
- Telefone 135, com atendimento de segunda a sábado, das 7h às 22h
- Agências dos Correios, que prestam suporte gratuito em mais de 5 mil unidades
A CPMI segue apurando a existência de uma rede criminosa envolvendo associações, empresas e servidores públicos, com foco no desvio de valores de benefícios previdenciários em escala nacional.






