Em meio à negociação do tarifaço, Lula faz crítica sutil à intervenção dos EUA na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a Cúpula da CELAC, realizada neste domingo, 9 de novembro, em Santa Marta, Colômbia, para enviar um recado sutil em meio a negociações internas do chamado “tarifaço” e a tensões internacionais, especialmente na Venezuela. Sem mencionar nomes, Lula alertou que “a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe”, criticando o uso de “velhas manobras retóricas recicladas para justificar intervenções ilegais”. A fala foi vista como uma referência indireta à movimentação de navios norte-americanos no Mar do Caribe e à escalada de hostilidades contra o regime de Nicolás Maduro.

O presidente brasileiro defendeu que a América Latina é “uma região de paz” e que “democracias não combatem o crime violando o direito internacional”. Ele também sublinhou que a segurança é um “dever do Estado e um direito humano fundamental”, defendendo a cooperação regional para reprimir o crime organizado, suas lideranças e o rastreamento do tráfico de armas.

A presença de Lula na Cúpula da CELAC, decidida de última hora a convite do presidente colombiano Gustavo Petro, buscou evitar o esvaziamento do encontro, já que nenhum outro chefe de Estado latino-americano compareceu. A opção de Lula por uma formulação genérica, sem manifestar solidariedade direta à Venezuela, foi interpretada como uma tentativa de equilibrar a defesa da soberania latino-americana e a busca por diálogo com Washington.

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