Facção criminosa é alvo de operação que fecha quase 50 postos de combustíveis no Norte e Nordeste

Uma megaoperação deflagrada nesta quarta-feira (5) interditou 49 postos de combustíveis nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins, como parte de uma investigação que apura a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor para lavagem de dinheiro. Batizada de Carbono Oculto 86, a ação é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) e conta com apoio de diversos órgãos de repressão ao crime organizado, incluindo Gaeco, Draco, Imepi e laboratórios de inteligência financeira. Segundo as autoridades, o grupo criminoso teria movimentado mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 com apoio de empresas de fachada, fintechs e fundos de investimento.

No Piauí, a operação se concentrou em Teresina e outras 10 cidades, com alvos que incluem empresários, esposas e o ex-vereador e ex-secretário municipal Victor Linhares (PP). Durante as diligências, quatro veículos e documentos foram apreendidos, e um avião também foi recolhido como parte das ações. O Instituto de Metrologia (Imepi) participa das investigações, apurando fraudes em bombas de combustível, com denúncias de adulteração e manipulação nos sistemas de medição, que lesavam os consumidores ao fornecer volumes inferiores aos cobrados.

Embora ainda não haja prisões, os indícios de ligação entre os postos e a facção são considerados fortes. A operação é um desdobramento de investigações iniciadas em agosto deste ano, que envolvem esquemas complexos de fraude fiscal, ocultação de patrimônio e associação criminosa. As atividades da facção no setor de combustíveis também são vistas como uma ameaça à ordem econômica e à segurança pública, dada a capacidade de movimentar grandes quantias de dinheiro de forma disfarçada. A Justiça segue acompanhando os desdobramentos, enquanto a polícia continua a analisar o material apreendido.