As operações conduzidas pela Secretaria de Assistência Social de Florianópolis já resultaram no retorno de entre 550 e 600 pessoas aos seus municípios de origem ao longo de 2025, segundo estimativa da prefeitura. Esse total reúne atendimentos realizados tanto no posto instalado na rodoviária quanto nas ações feitas nas ruas e nos centros de acolhimento. A administração municipal afirma que o objetivo é oferecer ajuda a quem chega sem estrutura e, ao mesmo tempo, detectar casos em que outras cidades estariam enviando pessoas em situação de rua para a capital de maneira irregular.
A divulgação de um vídeo do prefeito Topázio Neto, detalhando como ocorre a abordagem no terminal, provocou polêmica e levou o tema a ser investigado por diferentes órgãos. MPSC e DPE-SC abriram procedimentos para analisar se a prática pode transmitir a sensação de que determinados grupos não são bem-vindos ou se estaria sendo adotado algum critério inadequado para a chamada “devolução”. A prefeitura, por sua vez, nega qualquer forma de controle migratório, reforçando que a emissão de passagens só acontece após contato prévio com familiares ou com a rede de assistência da cidade de origem.
O debate acontece em meio ao aumento expressivo da população em situação de rua em Santa Catarina, apontado pelo TCE-SC, que registrou crescimento de quase quatro vezes entre 2016 e 2023 — com 2.287 pessoas vivendo nas ruas da capital, número contestado pelo município, que defende um total de cerca de 900 com base em mutirões do CadÚnico e no aplicativo Acolher. Desde 2023, as abordagens fazem parte da rotina da assistência social, e a prefeitura afirma que 70% dos atendidos são de outros municípios, justificando o esforço em encaminhá-los de volta a suas cidades.








