O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou, na manhã de segunda-feira, 3 de novembro, a Operação Julieta II, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por promover o tráfico de drogas e a entrada de objetos ilícitos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
Entre os principais alvos estão uma policial penal, já investigada na Operação Julieta I, em 2024, e afastada desde então, e uma psicóloga do quadro da Polícia Penal. A ação foi coordenada pela promotora de Justiça Maristela Schneider, do 2º Núcleo Regional do GAECO – Metropolitana, com participação do promotor André Dal Molin, responsável pelo GAECO no Estado.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada e São Leopoldo, além de revistas na penitenciária feminina em Guaíba. A operação contou com o apoio do Grupo de Ações Especiais (GAES) e da Corregedoria da Polícia Penal, resultando ainda no sequestro de um veículo e uma motocicleta. No total, são 10 alvos e 13 pessoas investigadas. O cão farejador Tobias, do GAECO, auxiliou nas buscas.
As investigações, iniciadas em junho de 2024, apontaram a existência de uma estrutura criminosa liderada por uma apenada, que comandava o esquema de dentro e fora da unidade prisional. O grupo facilitava a entrada de celulares, drogas como cocaína e maconha, e outros itens proibidos, mediante corrupção de servidoras públicas. Os pagamentos eram feitos em dinheiro, via PIX e benefícios indiretos, como pagamento de despesas pessoais e consertos de veículos.
De acordo com a promotora Maristela Schneider, para ocultar a origem dos recursos, os envolvidos utilizavam familiares e pessoas de confiança, movimentando altos valores em contas bancárias, realizando depósitos sem identificação e adquirindo bens de luxo, além de manter empresas de fachada.
A apenada investigada teria movimentado mais de R$ 1 milhão de dentro da penitenciária. Entre os crimes apurados estão tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa e passiva, prevaricação, favorecimento real, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Operação Julieta II dá continuidade à primeira fase, deflagrada em setembro de 2024, que já havia identificado a mesma apenada como líder do esquema criminoso.







