A General Motors anunciou a suspensão de 650 contratos de trabalho a partir de 22 de dezembro na unidade de Gravataí (RS), com duração prevista entre dois e cinco meses — prorrogável por igual período. A medida, comunicada ao Sindicato dos Metalúrgicos, integra um pacote que inclui paradas técnicas durante o Natal e o Ano-Novo, além de férias coletivas entre 5 e 16 de janeiro. Segundo a empresa, o objetivo é ajustar a produção ao ritmo das vendas e ao nível de estoques.
A planta gaúcha da GM, uma das maiores do país, já enfrenta sucessivas interrupções nos últimos anos, resultado de uma combinação de fatores como a crise econômica, os efeitos da pandemia e a queda nas vendas dos modelos Onix e Onix Plus. Como resposta, a montadora investiu R$ 1,2 bilhão na renovação dos dois veículos, tentando reconquistar espaço no segmento de compactos, fortemente impactado pelo avanço dos SUVs no mercado nacional. O complexo industrial, que reúne cerca de 5 mil trabalhadores, também sente os reflexos dessas decisões, com impactos diretos sobre toda a cadeia de fornecedores da região.
A nova rodada de suspensões em Gravataí reflete um cenário mais amplo de ajuste estrutural do setor automotivo no Brasil, pressionado por baixa demanda interna, mudanças tecnológicas e incertezas globais. Ainda assim, a GM aposta no futuro e planeja lançar em 2026 um SUV híbrido produzido na própria unidade gaúcha, como parte de sua estratégia de alinhamento com a eletrificação da frota. Enquanto isso, o sindicato acompanha o processo para assegurar direitos e estabilidade aos trabalhadores, num momento em que a indústria automotiva tenta se reinventar para sobreviver.
Com informações de GZH e Litoral Mania.








