Homem de 88 anos deixa herança para funcionária que o acompanhou por cinco décadas

Na pequena Coronel Moldes, em Córdoba, vive Juan Moreira, um senhor de 88 anos que dedicou toda a vida ao trabalho. Viúvo e sem herdeiros, ele construiu seu legado em uma esquina marcada pelo cheiro de borracha e pelo som das chaves de roda — ali funcionava a Moreyra Gomas, sua loja de pneus, aberta há mais de 60 anos.

Desde os 12 anos, Deolinda Alfonso frequentava o local. Começou varrendo o chão e organizando notas fiscais, enquanto ajudava a sustentar seus sete irmãos. Com o tempo, o emprego virou laço: passou a almoçar com o casal Moreira, conversar à sombra do galpão e rir entre o barulho das máquinas.

Sem filhos, Juan e sua esposa acolheram Deolinda como parte da família. Pagaram sua festa de 15 anos, foram padrinhos de casamento e até a levaram à praia pela primeira vez. Após a morte da esposa, Juan ficou sozinho — com o negócio, as lembranças e o desejo de retribuir o carinho que recebera por décadas.

Em uma tarde tranquila, chamou Deolinda à sala dos fundos e, sem cerimônia, assinou os papéis que mudariam tudo: a loja, a casa e o carro agora pertenciam a ela. “Você já é da família há 50 anos”, disse.

A notícia rapidamente se espalhou pela vila. As pessoas abriram as portas, os abraços se multiplicaram e a história de um homem que transformou gratidão em herança emocionou o país — um gesto raro de humanidade em um mundo onde legados costumam nascer de sangue, e não de afeto.

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