Leite apresenta na COP30 governança do Plano Rio Grande e defende atenção permanente da União aos impactos climáticos no Sul
Governador destacou que Estado está transformando tragédia de 2024 em agenda estruturante de reconstrução e resiliência
O governador Eduardo Leite apresentou, nesta terça-feira (11/11), no Pavilhão Brasil, na zona verde da COP30, em Belém (PA), um panorama das ações do Plano Rio Grande, estratégia de reconstrução e adaptação climática do Rio Grande do Sul. A palestra integrou o painel “Plano Rio Grande: estratégia de reconstrução e resiliência do Estado” e reuniu autoridades e especialistas nacionais e internacionais.
Leite destacou que a catástrofe climática de 2024 exigiu do Estado não apenas respostas emergenciais, mas uma reconstrução com base em planejamento, ciência e governança. “Não se trata apenas de refazer o que foi destruído, mas de reconstruir melhor, com capacidade de suportar novos eventos extremos”, afirmou.
O governador ressaltou que o Plano Rio Grande é sustentado por uma estrutura institucional robusta, concebida para garantir a continuidade das ações para além de um ciclo de governo. O plano tem governança composta por um conselho da sociedade civil, com quase 200 representantes de diferentes setores, um comitê científico, formado por mais de 40 especialistas independentes, e a Secretaria da Reconstrução Gaúcha, que coordena as ações técnicas e de execução. Essa estrutura, disse o governador, é essencial para dar “resiliência política e institucional” ao esforço de reconstrução. “Vivemos em um país democrático, e isso implica trocas de governo. O desafio é evitar o eterno recomeço. Por isso, a sociedade e a ciência precisam se apropriar do plano, fiscalizar e cobrar sua continuidade”, destacou.
Leite também apresentou os avanços alcançados desde a criação do Fundo Rio Grande (Funrigs), que concentra os recursos da dívida estadual junto à União e assegura investimentos de cerca de R$ 14 bilhões até 2027 em obras de resiliência e reconstrução. O governador ressaltou, contudo, que as ações não se esgotam nesse prazo. “O fundo é temporário, mas os eventos climáticos são permanentes. Por isso, precisamos construir um modelo duradouro de financiamento e cooperação”, observou.

Urgência por plano nacional permanente frente aos impactos climáticos no Sul
Durante a apresentação, o governador lembrou que o Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro mais impactado pelas mudanças climáticas, sofrendo tanto com enchentes e deslizamentos quanto com longos períodos de estiagem. “O próprio Ministério da Integração Nacional reconhece, em relatórios oficiais, que nenhum Estado teve perdas econômicas tão grandes quanto o Rio Grande do Sul”, frisou.
Leite ressaltou a urgência de que o governo federal estruture uma política pública permanente de apoio à região Sul, nos moldes do que já existe para o Nordeste, que conta com o Fundo Constitucional do Semiárido e instituições como a Sudene e a Codevasf, voltadas ao desenvolvimento regional. “É essencial que a União não olhe apenas pela dor da enchente, mas que reconheça o Rio Grande do Sul como uma região que enfrenta condições climáticas cada vez mais severas. Precisamos de um programa nacional que garanta suporte de longo prazo para ações estruturantes de adaptação e resiliência”, afirmou.
O governador destacou que o Estado convive com uma combinação de desafios que agravam os impactos dos eventos extremos. “Temos uma população que envelhece, um orçamento comprometido por dívidas históricas antigas e eventos climáticos cada vez mais frequentes. Se não houver um olhar diferenciado da União, será muito difícil garantir a sustentabilidade econômica e social do Rio Grande do Sul no futuro”, concluiu.
Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.







