Manutenção da Selic em 15% ao ano gera reação negativa do setor produtivo

Indústria, construção civil e sindicatos criticam decisão do Copom e apontam custos para a economia e o emprego no Brasil.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 15% ao ano provocou críticas de representantes da indústria, comércio, construção civil e centrais sindicais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou o nível de juros como “excessivamente contracionista”, afirmando que sufoca a atividade econômica e ameaça o mercado de trabalho. Uma pesquisa da CNI revelou que 80% das empresas industriais consideram os juros o principal obstáculo para obtenção de crédito de curto prazo.

O setor da construção civil também manifestou preocupação. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Selic elevada por um longo período encarece o crédito imobiliário e inibe novos projetos. Em outubro, a CBIC reduziu sua projeção de crescimento do setor para 2025 de 2,3% para 1,3%, citando o impacto do ciclo prolongado de juros altos.

Centrais sindicais criticaram o custo fiscal da decisão. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apontou que cada ponto percentual de aumento da Selic eleva em cerca de R$ 50 bilhões os gastos públicos com juros da dívida. Por outro lado, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) defendeu cautela, justificando a manutenção da Selic por fatores como a inflação ainda acima da meta, expansão fiscal e incertezas externas, apesar da desaceleração da economia.

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