Jards Macalé, um dos nomes mais autênticos e irreverentes da música brasileira, faleceu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos. A morte foi anunciada nas redes sociais do artista, onde sua equipe revelou que ele havia passado por uma cirurgia recentemente. Embora a causa oficial não tenha sido divulgada, informações apontam que o músico tratava de um enfisema pulmonar e sofreu uma parada cardíaca em um hospital do Rio de Janeiro.
Conhecido como um “maldito” da MPB por sua postura crítica e experimental, Macalé teve papel central em momentos decisivos da música nacional. Foi diretor musical do lendário álbum Transa, de Caetano Veloso, gravado durante o exílio do cantor em Londres, e teve canções consagradas por Gal Costa no show Fa-tal, como Vapor barato, Mal secreto e Hotel das estrelas. Ao longo da carreira, esteve ao lado de nomes como Torquato Neto e Waly Salomão, firmando parcerias que desafiaram os padrões da indústria fonográfica e da censura.
Mesmo em idade avançada, Macalé seguia ativo artisticamente. Em 2023, lançou o álbum Coração bifurcado, dedicado a Gal Costa e repleto de participações femininas — incluindo uma banda composta apenas por mulheres, as Macaléias. Seu legado, marcado por rebeldia e lirismo, será lembrado como um farol criativo da música brasileira. Como dizia o próprio artista: “Não quero mais ser moderno, quero ser eterno.”








