MPF exige que Rumo pare remoção de trilhos no RS e ameaça ação judicial

MPF exige que Rumo pare remoção de trilhos no RS e ameaça ação judicialFerrovias da Malha Sul estão sendo desmontadas e enviadas a outros estados; para procurador, situação representa abandono e risco de canibalização do sistema

O Ministério Público Federal (MPF) determinou que a concessionária Rumo e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) suspendam imediatamente a retirada de trilhos, máquinas e outros componentes da malha ferroviária do Rio Grande do Sul. Segundo o MPF, os materiais estão sendo transferidos para outros estados, como Santa Catarina, mesmo com o contrato de concessão ainda vigente por mais um ano.

O procurador Osmar Veronese, que acompanha há décadas a situação das ferrovias gaúchas, classificou a ação da empresa como um ato de descaso e desmonte antecipado da infraestrutura ferroviária. Ele alertou que esse processo favorece furtos, ocupações irregulares e representa uma “canibalização” do patrimônio público. A Rumo terá dez dias para apresentar um relatório completo sobre os materiais já retirados, com justificativas técnicas. Caso contrário, o MPF irá entrar com uma ação judicial contra a concessionária.

Além disso, Veronese criticou a proposta de R$ 2,5 bilhões apresentada pela empresa para renovar a concessão, considerando-a insuficiente frente ao passivo acumulado após décadas de abandono. Atualmente, resta apenas o trecho entre Cruz Alta e Rio Grande em funcionamento, após a malha ter sido fortemente danificada pelas enchentes e negligenciada pela concessionária. O MPF segue pressionando por uma gestão que priorize o interesse público e a recuperação efetiva da rede ferroviária gaúcha.

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