Operação El Patron III: GAECO/MPRS cumpre 22 mandados de prisão após facção movimentar mais de R$ 107 milhões
Ação mira grupo envolvido com tráfico, agiotagem e lavagem de dinheiro; parte dos crimes era operada de dentro do Presídio de Pelotas

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 19 de novembro, a terceira fase da Operação El Patron, com foco na desarticulação de uma facção criminosa que movimentou mais de R$ 107 milhões desde 2024.
A operação resultou no cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão nos municípios de Pelotas, Capão do Leão e Camaquã, além do sequestro judicial de oito veículos. Dos 27 criminosos identificados, nove já estavam presos e foram transferidos durante a ação.
As investigações apontam que o grupo utilizava o dinheiro do tráfico de drogas e da agiotagem para operações de lavagem de dinheiro, com transações bancárias de alto valor, muitas entre contas da mesma titularidade, para dificultar o rastreamento.
De acordo com o promotor Rogério Meirelles Caldas, coordenador do 10º Núcleo Regional do GAECO – Sul, um único investigado movimentou R$ 8 milhões, enquanto outro mantinha vínculos financeiros com 21 pessoas, somando R$ 1,4 milhão. Os nove presos transferidos nesta quarta-feira movimentaram, juntos, R$ 32 milhões.
Foram identificadas ainda cerca de 200 contas bancárias usadas pelos investigados, todas já bloqueadas judicialmente. As conexões entre os envolvidos indicam estrutura empresarial para fins ilícitos, com transações cruzadas e operações realizadas entre diferentes estados, incluindo Santa Catarina, São Paulo e Amazonas.
Segundo o promotor André Dal Molin, coordenador do GAECO no Estado, o grupo atuava também com rifas, apostas e empréstimos clandestinos, e utilizava um aplicativo estrangeiro para simular legalidade nas transações, que continham juros abusivos e práticas coercitivas associadas a facções.
A ação contou com a participação de cerca de 150 agentes, envolvendo o GAECO/MPRS, Brigada Militar (4° BPM, 5° BPChoque e CRPO Sul), Polícia Penal (GAES) e o Departamento de Inteligência e Assuntos Estratégicos (DIAE/SSPS), que utilizou equipamentos eletrônicos para detectar materiais ilícitos em unidades prisionais.
A promotora de Justiça Maristela Schneider também participou da operação, que dá continuidade ao cerco contra organizações criminosas com atuação dentro e fora dos presídios gaúchos.







