Perícia da PF confirma uso de calor em tentativa de abrir tornozeleira de Bolsonaro

Laudo aponta “danos significativos” no aparelho do ex-presidente e identifica a presença de ferro na área queimada.

A perícia da Polícia Federal (PF) concluiu nesta segunda-feira, 24 de novembro, que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou abrir a tornozeleira eletrônica utilizando uma “fonte de calor”. O laudo, que analisou os danos físicos do equipamento, identificou a presença do elemento ferro na parte queimada do aparelho, que é feito de plástico. Segundo a perícia, houve “danos significativos” e o aquecimento foi direcionado para abrir a caixa do dispositivo.

A constatação da PF corrobora o relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF). A violação do equipamento foi um dos principais argumentos usados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para decretar a prisão preventiva de Bolsonaro no último sábado, 22 de novembro. A perícia da PF utilizou técnicas avançadas, como análise microscópica e exame de microfluorescência de raios X, para chegar à conclusão.

Em audiência de custódia no domingo, Bolsonaro explicou que usou um “ferro de solda” no equipamento porque teve “alucinações” e pensou que havia uma escuta no aparelho. A defesa anexou um boletim médico atribuindo o quadro de alucinação ao uso do medicamento Pregabalina, que teria interagido com remédios regulares e gerado a confusão mental. A PF ainda elabora um segundo exame para analisar se houve danos no circuito eletrônico da tornozeleira.