Preso movimenta R$ 8 milhões de dentro da cadeia e grupo é acusado de lavar mais de R$ 107 milhões

Operação do Gaeco revela rede criminosa com ramificações interestaduais e bloqueia cerca de 200 contas bancárias ligadas ao tráfico e à agiotagem

Uma investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul revelou que 27 integrantes de uma organização criminosa movimentaram mais de R$ 107 milhões por meio de esquemas de tráfico de drogas e agiotagem. A operação do Gaeco – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – foi deflagrada nesta quarta-feira (19) com o cumprimento de 27 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de contas e sequestro de veículos. As ações ocorreram nos municípios de Capão do Leão, Camaquã e Pelotas.

O promotor Rogério Meirelles Caldas, que coordena o núcleo sul do Gaeco, destacou que ao menos nove detentos estavam envolvidos nas transações, sendo que um deles teria movimentado R$ 8 milhões diretamente de sua cela no Presídio Regional de Pelotas. Outro suspeito apresentou ligações financeiras com 21 pessoas, em operações que somaram R$ 1,4 milhão. A força-tarefa também identificou que mais de 200 contas bancárias foram utilizadas para tentar mascarar a origem ilícita dos valores, com diversas transferências feitas entre contas da mesma titularidade, o que reforça indícios de lavagem de dinheiro.

Além da movimentação dentro do Rio Grande do Sul, parte dos valores era lavada em outros estados como Santa Catarina, São Paulo e Amazonas, passando por cidades como Florianópolis, Navegantes, Ribeirão Preto e Humaitá. Os criminosos criaram uma complexa rede de operações financeiras e societárias, dificultando o rastreamento da origem dos recursos. Equipamentos especiais foram utilizados para detectar materiais ilícitos nas unidades prisionais, em uma ação que envolveu o Departamento de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Secretaria do Sistema Penal e Socioeducativo.

Lab Veranense

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