Secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul se afasta após operação da PF que apura desvios em verbas das enchentes

Marcelo Caumo deixa cargo no governo do RS em meio a investigações sobre suposto esquema que teria desviado milhões destinados ao auxílio de vítimas das inundações
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, Marcelo Caumo (PP), anunciou seu desligamento do cargo nesta quinta-feira (13), poucos dias após ser um dos alvos da Operação Lamaçal, deflagrada pela Polícia Federal. A ação investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados às vítimas da enchente de 2024, especialmente no município de Lajeado, no Vale do Taquari, onde Caumo foi prefeito por dois mandatos. A PF realizou 35 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Porto Alegre, São Leopoldo e Novo Hamburgo, além do bloqueio de bens e valores que somam cerca de R$ 4,5 milhões.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Caumo comunicou sua saída da pasta afirmando que a decisão tem como objetivo “preservar a família e esclarecer os fatos”. Sem entrar em detalhes sobre a investigação, o ex-prefeito alegou estar sendo alvo de uma injustiça e declarou que pretende dedicar-se exclusivamente à sua defesa. Ele também reafirmou seu compromisso com a cidade de Lajeado, uma das mais afetadas pelas enchentes de 2023 e 2024, enfatizando que sempre priorizou os interesses locais em sua gestão.
Mesmo após a operação, Caumo negou envolvimento em qualquer irregularidade. Em nota oficial, destacou que não tem mais vínculo societário com o escritório de advocacia onde parte do dinheiro foi apreendido e que os valores não têm relação com sua atuação pública. O ex-secretário afirmou ainda que confia plenamente na Justiça e está à disposição para prestar todos os esclarecimentos. Segundo a Polícia Federal, os alvos da investigação poderão responder por crimes relacionados a desvios de verbas públicas, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.







