Tragédia em Hong Kong: incêndio em arranha-céus deixa 44 mortos
Polícia prende três por possível responsabilidade em fogo que devastou prédios residenciais com andaimes inflamáveis

Um dos mais letais incêndios das últimas décadas em Hong Kong provocou a morte de 44 pessoas, incluindo um bombeiro, e deixou 45 feridos em estado crítico. O fogo tomou conta de torres residenciais de 32 andares no distrito de Tai Po, onde centenas de moradores ficaram presos. Segundo autoridades, o incêndio foi agravado por andaimes de bambu e telas de proteção altamente inflamáveis, usados nas fachadas dos prédios em manutenção. Três homens da empresa responsável pela obra foram presos, suspeitos de negligência grave e homicídio culposo, após a polícia apontar falhas nos materiais utilizados e nas condições de segurança.
Os bombeiros enfrentaram dificuldades para acessar os andares superiores do complexo Wang Fuk Court, que abriga cerca de 2 mil apartamentos distribuídos em oito blocos. As chamas, que começaram no início da tarde, se alastraram rapidamente, derrubando estruturas e consumindo os edifícios. Enquanto isso, centenas de moradores foram levados para abrigos de emergência. O presidente da China, Xi Jinping, pediu uma mobilização total para conter o incêndio e minimizar as perdas, enquanto o governo local tenta lidar com a tragédia às vésperas de eleições legislativas.
As autoridades confirmaram que o fogo estava parcialmente sob controle até o fim do dia, mas ainda persistia em alguns blocos. A tragédia reacende o debate sobre o uso de andaimes de bambu, que, apesar de tradicionais, vêm sendo progressivamente substituídos por estruturas metálicas desde março, após a morte de 22 trabalhadores em acidentes recentes. Esta foi a pior tragédia por incêndio em Hong Kong desde 1996, quando 41 pessoas morreram em um prédio comercial em Kowloon. A expectativa é de que a comoção pública pressione por reformas urgentes nas normas de segurança em construções residenciais.






