Bebê morre com sinais de agressão e pais e avó são indiciados por maus-tratos seguidos de morte no RS

Corpo da criança tinha hematomas, fraturas e traumatismo craniano; família nega violência, mas polícia aponta omissão e negligência

Com apenas 58 dias de vida, Sol Gesat Pazzato chegou ao hospital em estado crítico e não resistiu aos ferimentos. A bebê deu entrada no Hospital Universitário de Santa Maria no último dia 27 com múltiplas lesões — entre elas, hematomas, escoriações, um braço quebrado e olhos roxos. Exames revelaram ainda fraturas antigas nas costelas e indícios de traumatismo craniano, apontando para uma rotina contínua de agressões. A polícia indiciou os pais, de 19 e 20 anos, e a avó paterna por maus-tratos seguidos de morte, após o inquérito conduzido pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

A investigação teve início quando o casal levou a filha ao pronto atendimento alegando febre. No entanto, os profissionais de saúde constataram sinais evidentes de abuso e acionaram a Brigada Militar. Os pais foram presos em flagrante e conduzidos à delegacia, onde permaneceram em silêncio diante das acusações. A mãe segue detida no Presídio Regional de Santa Maria, enquanto o pai foi encaminhado a um hospital psiquiátrico em Porto Alegre. Já a avó, que morava com a família em uma pequena casa de madeira, foi indiciada por omissão, mesmo alegando desconhecer qualquer tipo de agressão.

Segundo a polícia, a versão da avó não se sustenta diante da gravidade das lesões e da convivência diária com a bebê. A mãe também alegou ser vítima de violência doméstica, o que pode ter contribuído para o contexto de negligência e silêncio diante dos abusos. A tragédia expôs um ambiente de vulnerabilidade extrema e violência familiar que, segundo os investigadores, não poderia ter passado despercebido por nenhum dos adultos responsáveis pelo cuidado da criança.

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