Nova metodologia da Receita Federal não impediu avanço significativo nos tributos cobrados pela União, estados e municípios
A carga tributária brasileira alcançou em 2024 o maior patamar das últimas duas décadas, segundo dados da Receita Federal, representando um avanço expressivo na arrecadação de impostos. O índice chegou a 34,1% do PIB pela metodologia antiga — um salto de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior. Com a nova forma de cálculo, que passou a excluir valores destinados ao FGTS e ao Sistema S, o percentual também quebrou recorde: atingiu 32,2% do PIB, contra 30,2% em 2023.
De acordo com o Fisco, 70% desse crescimento é atribuído à arrecadação federal, impulsionada principalmente pela alta no PIS/Pasep, Cofins e ICMS. O retorno parcial de alíquotas do IPI e o aumento de receitas com IRRF — impulsionado pela expansão da massa salarial e dos rendimentos em 2024 — também contribuíram para a elevação. A reversão de desonerações sobre combustíveis, aplicadas no ano anterior, teve papel central nesse cenário.
Apesar da exclusão de alguns tributos da nova metodologia, a Receita afirma que isso não altera o perfil de evolução histórica da carga tributária, apenas ajusta o número para permitir comparações mais precisas com padrões internacionais, como os adotados pelo FMI. Ainda assim, o resultado final aponta que todos os entes federativos – União, estados e municípios – elevaram suas arrecadações em 2024, evidenciando um aumento generalizado na pressão tributária sobre a sociedade brasileira.








