A tentativa de convocar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga fraudes no INSS foi barrada nesta quinta-feira. Com 19 votos contra e 12 a favor, o requerimento apresentado pelo partido Novo acabou rejeitado, apesar da pressão após o surgimento de um depoimento ligando o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes — conhecido como “Careca do INSS” — ao filho do presidente. A base do governo articulou-se para impedir a convocação, classificando a iniciativa como infundada e politicamente motivada.
O empresário Antônio Carlos, apontado como o principal operador do esquema de desvio de recursos previdenciários, foi preso em setembro e é investigado por articular repasses ilegais com a participação de sindicatos e associações. Segundo a Polícia Federal, ele recebia valores descontados irregularmente de aposentados e pensionistas, repassando parte dos recursos a servidores do INSS, seus familiares ou empresas próximas. Uma testemunha ouvida pela CPMI teria afirmado que Lulinha recebia uma espécie de “mesada” do empresário, o que reforçou o pedido de sua convocação.
Apesar das suspeitas, integrantes da comissão ligados ao governo alegaram falta de provas concretas para envolver o filho do presidente nas investigações. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação, defendeu que a acusação era desproporcional e sem embasamento, apontando que a relação entre os investigados e Lulinha não havia sido comprovada. Em outubro, a CPMI também rejeitou um pedido semelhante que buscava convocar Frei Chico, irmão de Lula, evidenciando a estratégia da base aliada para conter a exposição de familiares do presidente no andamento das investigações.








