Defesa nega envolvimento de ex-assessor de Bolsonaro em espionagem contra Moraes

Advogado afirma que coronel Marcelo Câmara apenas cumpria funções administrativas e não participou de plano golpista

Durante sessão no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (9), a defesa do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, negou qualquer envolvimento em monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes. O militar, que está preso desde junho, é um dos seis acusados no chamado Núcleo 2 da trama golpista, investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O advogado Luiz Eduardo Kuntz afirmou que Câmara realizava apenas tarefas administrativas e levantamentos com base em fontes abertas.

Mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, apontam que Câmara teria repassado informações sobre o paradeiro de Moraes, referindo-se ao ministro como “professora” em uma conversa em dezembro de 2022. Apesar da relação próxima entre o coronel e Bolsonaro, o advogado insistiu que a atuação de Câmara visava apenas à segurança logística de eventos e deslocamentos do então presidente. Ele citou, inclusive, um caso em que o coronel teria evitado um encontro de Bolsonaro com um traficante, usando apenas dados públicos.

Além de rechaçar a acusação de espionagem, a defesa afirmou que Câmara não tinha qualquer ligação com o plano “Punhal Verde Amarelo”, que, segundo a PGR, previa ações para matar Moraes, Lula e Alckmin. Kuntz defendeu que, caso o militar tivesse conhecimento de um esquema ilícito, teria tomado medidas para impedir qualquer ato ilegal. A ação penal segue em curso e envolve outros nomes ligados ao governo Bolsonaro, como Filipe Martins, Silvinei Vasques, Mário Fernandes, Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira, todos acusados de integrar uma organização criminosa com objetivos golpistas.

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