Entidades financeiras defendem atuação do Banco Central no caso Banco Master

Associações destacam importância da autonomia técnica e alertam para riscos de instabilidade no sistema financeiro

Quatro entidades que representam bancos, financeiras e fintechs divulgaram, neste sábado (27 de dezembro), uma nota conjunta em defesa da atuação do Banco Central (BC) no processo de liquidação do Banco Master. O documento ressalta a necessidade de preservar a independência institucional e a autoridade técnica do órgão regulador diante de questionamentos sobre as decisões adotadas.

As entidades afirmam que um regulador técnico e independente é essencial para a solidez e previsibilidade do sistema financeiro, elogiando o trabalho de supervisão bancária prudente e vigilante do BC. Elas também alertam que uma eventual revisão de decisões técnicas por outros órgãos poderia causar “instabilidade regulatória e insegurança jurídica”, comprometendo a confiança no setor.

Assinam o documento a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), a Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Zetta, que representa empresas de meios de pagamento. Juntas, as entidades abrangem mais de 100 instituições, responsáveis por cerca de 90% do setor financeiro e 98% dos ativos do sistema nacional.

Em nota paralela, a Anbima — que representa os mercados financeiro e de capitais — também manifestou apoio à autonomia do Banco Central, destacando que decisões de liquidação são técnicas e baseadas em critérios prudenciais.

As manifestações ocorreram no mesmo dia em que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a realização de uma acareação no inquérito que apura irregularidades envolvendo o Banco Master, marcada para terça-feira (30). O encontro reunirá o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos, o controlador do banco, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.

O processo segue sob sigilo no STF e investiga possíveis falhas no processo de supervisão e fiscalização do banco liquidado.

Fonte: Agência Brasil