A aeronave elétrica da subsidiária da Embraer marcou um novo passo na mobilidade aérea sustentável
A Eve Air Mobility, empresa subsidiária da Embraer, realizou em Gavião Peixoto, no interior paulista, o primeiro voo do protótipo em escala real de sua aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL). O voo, não tripulado, ocorreu na sexta-feira, 19 de dezembro, marcando um avanço importante na mobilidade aérea urbana e na aviação sustentável.
Durante o teste, foram avaliados com sucesso sistemas essenciais da aeronave, como o fly-by-wire de quinta geração (sistema de controle de voo por computador) e os rotores dedicados ao voo vertical. O protótipo realizou o chamado hover flight, quando o equipamento permanece parado no ar sobre um ponto fixo, mantendo altitude e posição constantes, demonstrando precisão e estabilidade.
Segundo Luiz Valentini, diretor de tecnologia da Eve, “o protótipo se comportou exatamente como previsto pelos nossos modelos. Com estes dados, ampliaremos o envelope da aeronave e avançaremos para o voo de transição sustentado pelas asas, aumentando para centenas de voos ao longo de 2026 e construindo o conhecimento necessário para a certificação de tipo”.
Já o diretor de produto da empresa, Jorge Bittercourt, destacou que o voo mostra confiabilidade, eficiência e simplicidade do projeto. “Validamos elementos críticos, desde nossa arquitetura de rotores sustentadores até a mecânica de voo da aeronave, e agora seguimos para a fase de testes em voo com foco em evoluir a maturidade do produto”, afirmou.
O projeto conta com financiamento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), por meio do programa Mais Inovação Brasil – Aviação Sustentável, e já recebeu cerca de R$ 37 milhões em subvenção econômica. De acordo com o presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, “este voo inaugural materializa a estratégia brasileira de liderar a transição global para a aviação sustentável, com tecnologias de fronteira como propulsão elétrica e inteligência artificial”.
Com o sucesso do primeiro voo, a Eve planeja expandir gradualmente os testes ao longo de 2026, com foco em alcançar voos totalmente sustentados pelas asas (wingborne flight) e avançar rumo à certificação definitiva do veículo aéreo urbano.








