FIERGS divulga balanço de 2025 e apresenta perspectivas econômicas para 2026

Estudo aponta crescimento moderado no Brasil e no Rio Grande do Sul, com destaque para a agropecuária e desafios na indústria diante de juros altos e incertezas fiscais.

O Observatório da Indústria da FIERGS divulgou o Balanço Econômico 2025 e as Perspectivas para 2026, trazendo uma análise detalhada do cenário internacional, da economia brasileira e do desempenho do Rio Grande do Sul. O estudo destaca um ambiente global de incertezas geopolíticas, com crescimento moderado e pressões sobre o comércio internacional, mas também com oportunidades pontuais para o setor exportador.

No cenário internacional, o relatório aponta expansão de 3,2% em 2025 e 3,1% em 2026, impulsionada por Estados Unidos (2,0%), China (4,8%), União Europeia (1,2%) e Argentina (4,5%), principal parceira regional do Brasil. A tendência é de crescimento neutro ou levemente favorável ao comércio exterior, embora aumento do protecionismo e conflitos geopolíticos sigam como riscos.

No Brasil, o PIB deve crescer 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido, pelos programas de estímulo ao consumo e pelo forte desempenho do agronegócio. A inflação deve encerrar 2025 em 4,5%, e o Banco Central tende a iniciar um ciclo gradual de redução da Selic, que deve fechar 2026 em 13,25%. Apesar da melhora, o desequilíbrio fiscal e o aumento da dívida pública (projetada em 85% do PIB no próximo ano) seguem limitando o espaço para cortes mais acentuados nos juros.

No Rio Grande do Sul, o desempenho econômico de 2025 ficou abaixo do esperado, com crescimento de 1,6% frente à projeção inicial de 3,3%. O resultado foi impactado pela nova estiagem, pelos efeitos remanescentes das enchentes de 2024, pelos gargalos logísticos e pela queda nas exportações industriais, especialmente para os Estados Unidos, após a imposição de novas tarifas comerciais.

Para 2026, a FIERGS projeta recuperação da economia gaúcha, com crescimento de 2,9% do PIB estadual, impulsionado por uma safra agrícola recorde de mais de 40 milhões de toneladas (alta de 17,6%). O setor de Serviços deve crescer 1,7%, e a Indústria apresenta expectativa de expansão moderada de 0,8%, apoiada pela melhora do crédito e pelos investimentos privados em celulose, semicondutores, energia renovável, aeronáutica e data centers.

O estudo destaca ainda fatores positivos como o avanço das negociações do acordo Mercosul–União Europeia, o fortalecimento do agronegócio, o consumo sustentado pelo emprego e pela renda, e as obras públicas e reconstruções pós-enchentes, que devem estimular a atividade econômica ao longo de 2026.

As tabelas completas com projeções econômicas podem ser consultadas no Observatório da Indústria do Rio Grande do Sul, no portal da FIERGS.

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