Mistura de etanol não reduz preço e gasolina terá alta em 2026
Aumento do ICMS e custos de produção anulam impacto da nova composição E30 nas bombas de combustível.
A implementação da gasolina com 30% de etanol (E30), em vigor desde agosto de 2025, não gerou a economia esperada para o consumidor final. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) revelam que o preço médio do combustível, que iniciou o ano em R$ 6,17, encerrou dezembro em R$ 6,19, apresentando uma redução de apenas R$ 0,02 na comparação direta entre o início e o fim do período. A estabilidade dos preços é atribuída à alta no custo do etanol anidro e à liberdade comercial dos postos de combustíveis.
O cenário para o próximo ano indica novos aumentos devido ao reajuste do ICMS sobre a gasolina, que subirá R$ 0,10 por litro a partir de janeiro de 2026. Com a nova alíquota passando de R$ 1,47 para R$ 1,57, a estimativa é que o valor final nas bombas alcance, no mínimo, R$ 6,34. Este movimento representa o segundo aumento consecutivo do imposto estadual, pressionando o orçamento dos motoristas apesar das tentativas de controle via composição do produto.
Mesmo sem o reflexo positivo nos preços, o governo federal mantém a estratégia sob o argumento de redução da dependência externa. A projeção oficial indica que a maior presença de biocombustível na mistura pode evitar a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano. Além de minimizar a exposição às variações do dólar, a medida visa estimular a produção nacional de etanol e cumprir metas ambientais através da diminuição na emissão de poluentes atmosféricos.






