Operação Máscara combate “golpe do falso familiar” ou “golpe do novo número”

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Máscara, ofensiva interestadual voltada a desarticular uma associação criminosa especializada no golpe do “Falso Familiar”, também conhecido como “Golpe do Novo Número”.

A ação contou com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Coordenação-Geral de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, além das Polícias Civis de Goiás e Mato Grosso. Aproximadamente 80 policiais participaram da operação nos três estados.

Até o momento, três pessoas foram presas e diversas provas foram apreendidas, incluindo materiais digitais usados para instrução do inquérito.


Investigação identificou estrutura criminosa organizada

O trabalho investigativo, conduzido ao longo de um ano, apontou a existência de uma organização criminosa com atuação estruturada e conhecimento técnico sobre brechas do sistema financeiro digital. O caso teve início após um morador gaúcho perder R$ 10.135,00, acreditando socorrer o filho em uma falsa emergência.

Segundo a Polícia Civil, os golpistas dividiam funções em diferentes etapas do esquema:

  • Captadores: responsáveis pelo primeiro contato com as vítimas;
  • Conteiros: primeiros recebedores das transferências;
  • Distribuidores: encarregados de pulverizar os valores;
  • Operadores Financeiros: titulares de contas usadas para dar aparência de legitimidade às operações.

A investigação apontou ainda o uso recorrente de boletos bancários emitidos por plataformas digitais e a circulação dos valores por múltiplas contas do tipo carteira digital, dificultando o rastreamento. O dinheiro chegava a passar por sete contas diferentes antes de ser dissipado.


Mandados e prisões

A operação foi deflagrada prioritariamente no Estado de Goiás, onde se concentrava a logística do grupo. As medidas judiciais cumpridas incluem:

  • 09 prisões temporárias;
  • 20 mandados de busca e apreensão, com coleta de provas físicas e digitais;
  • Bloqueio de 09 contas bancárias, para interromper o fluxo financeiro ilícito.

A delegada Luciane Bertoletti destacou a integração entre as forças policiais e a importância do apoio técnico do Ciberlab. Já o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª DPRM, ressaltou o fortalecimento das estratégias de combate a golpes digitais por meio de inteligência e cooperação entre instituições.

A investigação segue em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e mapear toda a estrutura financeira do grupo.

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