A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), em conjunto com a Receita Estadual, deflagrou nesta sexta-feira, 19 de dezembro, a Operação Ozark, com o objetivo de desmantelar um esquema de fraude fiscal estruturado e liderado por um contador responsável pela criação de mais de 100 empresas fictícias que emitiram cerca de R$ 500 milhões em notas fiscais fraudulentas.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e determinado o bloqueio de R$ 16 milhões em ativos financeiros, além da indisponibilidade de imóveis e veículos vinculados aos investigados. As ordens judiciais foram executadas nos municípios de Capão da Canoa, Arroio do Sal, Bento Gonçalves, Farroupilha e Montenegro. Uma pessoa foi presa em flagrante, e as equipes apreenderam uma arma, drogas, três veículos de luxo, celulares e documentos.
De acordo com o delegado Augusto Zenon, o grupo utilizava empresas de fachada conhecidas como “noteiras”, criadas com sócios “laranjas” para simular operações comerciais inexistentes. Essas empresas não possuíam estrutura física, funcionários ou capacidade operacional compatível com os valores declarados, e eram usadas para gerar créditos de ICMS indevidos e prejudicar a concorrência leal.
O delegado Cassiano Cabral, diretor do Dercap, explicou que a Receita Estadual identificou 111 empresas ligadas ao mesmo contador, todas já baixadas ou suspensas por indícios de fraude. “Essas empresas emitiram cerca de R$ 500 milhões em notas falsas, gerando prejuízo de aproximadamente R$ 16 milhões em ICMS não pagos”, destacou.
Durante a operação, uma loja vinculada ao principal investigado também foi alvo de buscas. O local comercializava bebidas alcoólicas sem procedência e cigarros eletrônicos contrabandeados. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) participou da ação, realizando a extração técnica de documentos digitais e garantindo a autenticidade e rastreabilidade do material apreendido.
O nome da operação, Ozark, faz referência à série de streaming que aborda temas como lavagem de dinheiro e moralidade.
Segundo o delegado Cabral, a investigação segue em andamento:
“Esperamos identificar novas empresas noteiras em atividade e os beneficiários do esquema criminoso. Do ponto de vista criminal, buscamos provas dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crime contra as relações de consumo.”
Fonte e fotos: Polícia Civil








