Operação Cura Ficta cumpriu 22 mandados em três estados e desarticulou esquema que exigia PIX de familiares de pacientes em UTI.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE/DERCC), deflagrou nesta terça-feira, 2 de dezembro, a Operação “Cura Ficta” para desarticular uma organização criminosa interestadual especializada no golpe do “falso médico”. Foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro, resultando na prisão de sete pessoas e na apreensão de celulares e equipamentos informáticos. A investigação começou após vítimas em Porto Alegre e Canoas registrarem prejuízos que, somados, ultrapassam dezenas de milhares de reais em poucos dias.
A prática criminal explorava a vulnerabilidade de familiares de pacientes internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Os criminosos se passavam por médicos ou diretores clínicos e, com acesso a dados privilegiados, informavam um falso agravamento no quadro de saúde, exigindo pagamentos urgentes via PIX para supostos exames ou medicamentos não cobertos. O esquema era coordenado por um indivíduo de 35 anos, atualmente recolhido na Penitenciária de Rondonópolis/MT, de onde organizava as chamadas e a logística do golpe, com auxílio de uma mulher que operava contas bancárias.
A Polícia Civil também desvendou uma complexa rede de lavagem de dinheiro com ramificações no Rio de Janeiro e Mato Grosso. Foram identificados operadores responsáveis pela movimentação de contas e pelo uso de emuladores de Android para gerenciar múltiplas chaves PIX — um dos alvos possuía 121 chaves PIX cadastradas. A investigação aponta que parte dos lucros ilícitos obtidos de famílias hospitalizadas era destinada ao financiamento de uma organização criminosa com atuação no Mato Grosso.








