Santa Catarina proíbe importação de tilápia do Vietnã por risco sanitário

Decisão foca na prevenção contra o vírus TiLV, que pode atingir taxa de mortalidade de até 90% em cardumes.
O governo de Santa Catarina publicou uma portaria na quarta-feira, 17 de dezembro, proibindo a importação, comercialização e distribuição de tilápia oriunda do Vietnã. A medida visa mitigar o risco sanitário imposto pelo vírus TiLV (Tilapia Lake Virus), que apresenta potencial de dizimar criações com uma taxa de mortalidade de até 90%. A decisão estadual ocorre após o governo federal liberar a entrada do pescado estrangeiro em abril, gerando críticas de associações do setor que alertam para a vulnerabilidade da produção nacional.
Embora o vírus não represente riscos diretos à saúde humana por não ser uma zoonose, especialistas alertam para os graves impactos econômicos e na segurança alimentar. O TiLV causa lesões cerebrais, hepáticas e oculares nos peixes, além de perda de apetite e natação errática, ameaçando a sustentabilidade da indústria da piscicultura. Santa Catarina, que ocupa o posto de quarto maior produtor de tilápia do Brasil, adotou a restrição como uma barreira de proteção para garantir a sanidade dos plantéis locais e a estabilidade do mercado regional.
O setor produtivo brasileiro registrou um crescimento expressivo no último ano, atingindo mais de 662 mil toneladas de peixes cultivados. A entrada de produtos do Vietnã é vista por entidades como a Peixe BR como uma ameaça biológica que poderia introduzir patógenos devastadores no território nacional. Com a nova norma, o estado busca salvaguardar a cadeia produtiva da tilápia contra prejuízos financeiros e garantir a biossegurança necessária para a manutenção das atividades de aquicultura em solo catarinense.






