‘Sarado e totalmente de pé’, garante Lula sobre o futuro dos Correios

Presidente admite crise financeira e articula plano de socorro de R$ 20 bilhões com garantia da União

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu publicamente, nesta quinta-feira, 18 de dezembro, a gravidade da crise financeira enfrentada pelos Correios, que registraram um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025. O déficit, que mais que triplicou em relação ao mesmo período do ano anterior, motivou o governo a articular um plano de socorro de aproximadamente R$ 20 bilhões via empréstimos bancários com instituições públicas e privadas. Lula afirmou que a estatal não pode operar em prejuízo permanente e confirmou que haverá uma reestruturação administrativa profunda para corrigir equívocos de gestão e reverter o rombo bilionário.

Apesar do cenário crítico e da pressão por resultados, o presidente foi enfático ao descartar a privatização dos Correios, defendendo a manutenção da empresa sob controle público. O plano de recuperação prevê o fechamento de agências próprias deficitárias e a possibilidade de parcerias sob um modelo de economia mista, sem a venda do controle acionário da União. A reestruturação também inclui a substituição de cargos estratégicos e a redução de custos operacionais, buscando utilizar espaços de outras empresas públicas para manter o atendimento em localidades onde o custo de manutenção supera o retorno financeiro.

A proposta de socorro financeiro com garantia da União gerou fortes reações no Congresso e entre especialistas, que alertam para o risco de transferir o ônus da dívida ao Tesouro Nacional. Críticos apontam que o repasse de recursos e as garantias bancárias devem respeitar rigorosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, exigindo autorização legislativa específica para evitar sanções jurídicas e questionamentos sobre o uso de dinheiro público. Enquanto o governo foca na estabilização da estatal, outros setores da economia, como o agronegócio, manifestam preocupação com a prioridade dada ao resgate da empresa em detrimento de investimentos em produtores que enfrentam perdas de safra.

Verauto

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