Soldado confessa feminicídio e incêndio em quartel do Exército em Brasília

O soldado Kelvin Barros da Silva, de 21 anos, confessou ter assassinado a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, e provocado o incêndio no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RGC), em Brasília, na tarde de sexta-feira, 5 de dezembro. O caso está sendo investigado como feminicídio, segundo informou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) neste sábado, 6 de dezembro.

De acordo com a 2ª Delegacia de Polícia da Asa Norte, o soldado relatou que o crime ocorreu após uma discussão com a vítima. Ele afirmou que Maria de Lourdes exigiu que terminasse o relacionamento com a namorada e a assumisse, o que teria motivado o assassinato. Familiares da vítima, porém, negam que houvesse qualquer relação entre os dois.

O corpo da militar foi encontrado carbonizado, com um corte no pescoço, pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF, após o incêndio no quartel. Os bombeiros relataram que havia grande quantidade de combustível no local, o que acelerou as chamas, posteriormente controladas pela equipe.

O delegado Paulo Noritika, chefe da 2ª DP, informou que o acusado responderá por feminicídio, furto de arma, incêndio e fraude processual, podendo ser condenado a até 54 anos de prisão. O soldado está preso no Batalhão da Polícia do Exército e sem antecedentes criminais.

Em nota, o Exército Brasileiro lamentou a morte da cabo e afirmou que o militar foi preso em flagrante e será excluído da corporação. A instituição declarou ainda estar prestando apoio à família da vítima e reforçou que não compactua com atos criminosos.

“O 1º Regimento de Cavalaria de Guardas manifesta profundo pesar pelo falecimento da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, cuja trajetória foi marcada por dedicação, profissionalismo e compromisso exemplar com o serviço prestado na fanfarra”, destacou o comunicado oficial.

O caso se soma à onda de feminicídios que vem chocando o país nas últimas semanas, com registros recentes em Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação e pediu o engajamento dos homens para combater a cultura de violência de gênero no Brasil.

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