O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elevou o tom contra o presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, ao fazer declarações consideradas ameaçadoras e carregadas de violência política. Em pronunciamento oficial na segunda-feira (15), Maduro acusou Kast de ser “nazista” e emitiu alertas diretos sobre possíveis ações contra imigrantes venezuelanos que vivem em território chileno.
“É melhor ter cuidado ao mexer com um venezuelano, porque os venezuelanos devem ser respeitados. Qualquer um que se meta com a Venezuela vai definhar, e o senhor pode definhar rapidamente, Sr. Kast”, afirmou Maduro, em discurso transmitido a partir de Caracas. A fala, com tom intimidatório, foi interpretada como uma ameaça política explícita a um chefe de Estado eleito, extrapolando o campo diplomático.
Maduro voltou a classificar Kast como um “presidente nazista pinochetista”, associando o líder chileno eleito à ditadura de Augusto Pinochet. Embora tenha declarado que se trata de um “assunto interno do Chile”, o presidente venezuelano manteve uma retórica agressiva, aprofundando a polarização ideológica entre governos de esquerda e direita na região.
José Antonio Kast venceu o segundo turno das eleições chilenas no domingo (14) contra a candidata de esquerda Jeannette Jara e tomará posse em março de 2026. Figura histórica da direita chilena, Kast construiu sua campanha com forte discurso contra o crime, a imigração irregular e o aborto, além de defender políticas de segurança rígidas.
Entre suas propostas estão a construção de muros, cercas eletrificadas e trincheiras na fronteira, bem como a criação de uma força policial nos moldes do ICE, dos Estados Unidos, voltada à detenção e expulsão de imigrantes em situação irregular. Kast também afirmou que pretende deportar todos os migrantes ilegais e incentivou que deixem o país antes de sua posse.
As declarações de Maduro ocorrem em um contexto de crescente tensão política e ideológica na América Latina, no qual discursos extremos, ataques pessoais e ameaças públicas têm substituído o debate diplomático, ampliando o risco de conflitos políticos e sociais, especialmente envolvendo populações migrantes.
Além de atacar Kast, Maduro também responsabilizou o atual presidente chileno, Gabriel Boric, afirmando que sua gestão teria “aberto caminho” para o retorno da direita ao poder no Chile, reforçando o clima de confronto político que marca o atual cenário regional.
Com informações de CNN Brasil.








