Zambelli orientou hacker a invadir sistema com dados de juíza do RS, aponta PGR

Uma investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República revelou que o hacker Walter Delgatti Neto utilizou indevidamente as credenciais de uma juíza do Rio Grande do Sul para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A magistrada, que atua na área criminal na Região Metropolitana de Porto Alegre, relatou que descobriu a violação ao perceber que estava impedida de acessar o sistema. Com suas credenciais, foram emitidos alvarás de soltura ilegais e registrada uma restrição judicial sobre um veículo.

A ação não se restringiu ao uso de uma única conta: outros magistrados também tiveram seus acessos comprometidos, inclusive para forjar documentos como um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A fraude foi detectada pelas autoridades, que acionaram imediatamente a Corregedoria do Tribunal de Justiça do RS e o próprio CNJ. A juíza lesada enfatizou que nenhum dos documentos foi executado, pois não havia competência legal para suas determinações.

Nesta sexta-feira (6), o STF confirmou por unanimidade a condenação de Zambelli a 10 anos de prisão. Os ministros da Primeira Turma consideraram o recurso da defesa “protelatório” e decidiram pelo trânsito em julgado, ou seja, o fim das possibilidades de apelação. A parlamentar também perdeu o mandato e teve seus direitos políticos suspensos. O hacker Delgatti foi condenado a 8 anos e 3 meses, e ambos deverão pagar R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.

Após a decisão, Zambelli fugiu do país e teve sua prisão preventiva decretada, sendo incluída na lista de difusão vermelha da Interpol. A deputada afirma que irá se apresentar às autoridades italianas, país para o qual teria se deslocado, alegando perseguição política. Enquanto isso, a Justiça brasileira aguarda a colaboração internacional para sua captura e extradição.

Informações G1 RS.

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