Advogado de Porto Alegre é denunciado por fraudes eletrônicas contra idosos

Ministério Público aponta esquema com mais de 140 mil processos em tramitação no Brasil; suspeito está preso preventivamente

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da promotora de Justiça Letícia Viterbo Ilges, denunciou um advogado de Porto Alegre por fraudes eletrônicas praticadas contra pessoas idosas. A denúncia foi protocolada na 5ª Vara Criminal do Fórum Central da Capital no sábado, 14 de junho, sendo a primeira formalizada após a operação policial deflagrada em maio e considerada a mais relevante até o momento.

A acusação tem como base o inquérito policial encaminhado em segunda-feira, 9 de junho, envolvendo três vítimas iniciais, mas há outros 82 inquéritos em andamento, com mais de 100 vítimas em potencial. Segundo a promotora, a atuação do suspeito foi tão extensa que até pessoas falecidas foram usadas no esquema. Ao todo, são mais de 113 mil processos em tramitação no Rio Grande do Sul e mais de 140 mil no Brasil relacionados ao escritório do advogado.

A denúncia refere-se à primeira fase da investigação, que ainda deve revelar mais vítimas e crimes, incluindo falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, estelionato, apropriação indébita e fraudes processuais.

Esquema com escritórios falsos e empréstimos indevidos

Conforme as investigações, o advogado operava com três escritórios no mesmo endereço em Porto Alegre, atraindo idosos com promessas de revisão de empréstimos consignados para redução de juros. Após obter documentos e senhas das vítimas, os escritórios contratavam novos empréstimos em nome dos idosos, que além de não terem os antigos débitos quitados, passavam a arcar com novas dívidas e ainda pagavam honorários advocatícios.

Durante as diligências, foram autorizadas medidas cautelares como quebras de sigilo de dados, bancário e apreensão de bens, com o objetivo de ressarcir as vítimas. Também foram apreendidos celulares, notebooks e documentos. A análise desse material, ainda em andamento, poderá indicar o envolvimento de outros suspeitos em uma segunda fase da investigação.

O advogado permanece preso preventivamente.

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