Governador Eduardo Leite é alvo de dois pedidos de impeachment no RS
Acusações incluem supostas irregularidades em gastos públicos e gestão; governo afirma que denúncias carecem de base jurídica e visam gerar instabilidade

Dois pedidos de impeachment contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), foram protocolados na Assembleia Legislativa nos últimos dias. As solicitações partiram do vereador Jessé Sangalli (PL) e do deputado estadual Capitão Martim (Republicanos), e apontam ao todo 12 possíveis irregularidades na condução do governo estadual. Entre as acusações estão o uso de verbas públicas na produção de um documentário que destaca a atuação do governo na enchente de 2024 e o apoio ao desfile da escola de samba Portela, cujo enredo homenageia o príncipe Custódio. Após críticas, o governo anunciou a retirada do patrocínio financeiro ao evento.
As denúncias feitas por Capitão Martim são as mais amplas, mencionando também gastos com publicidade, falhas no investimento mínimo em saúde, problemas no IPE-Saúde e morosidade na reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes. O parlamentar sustenta que as ações do governo configurariam crimes de responsabilidade e atos de improbidade administrativa. Agora, caberá ao presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas (PT), analisar se as denúncias são admissíveis. Caso o processo avance, será formada uma comissão especial para emitir um parecer, e o governador poderá ser afastado por até 180 dias durante a tramitação.
Em resposta, o governo estadual, por meio de nota assinada pelo chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, classificou os pedidos como sem fundamentação jurídica e apontou que eles ignoram informações já divulgadas de forma oficial. O comunicado afirma que o apoio ao desfile da Portela será apenas institucional e sem repasse de verbas públicas. Segundo o governo, as denúncias representam uma tentativa de tensionamento institucional, com objetivo político e sem compromisso com a verdade ou com a estabilidade democrática no estado.