Brasil sofre maior tarifa imposta por Trump entre 22 países notificados

O Brasil foi o país mais impactado pelas novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que definiu uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, a mais alta entre as 22 nações notificadas até agora. As novas alíquotas entram em vigor a partir de sexta-feira, 1º de agosto, caso não sejam firmados acordos comerciais com os EUA.
A medida foi formalizada por meio de cartas enviadas a líderes globais. O envio começou na segunda-feira, 7 de julho, com 14 países notificados, e continuou nesta quarta-feira, 9 de julho, quando outras oito nações receberam os comunicados: Argélia, Brasil, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka.
Leia a íntegra da carta de Trump a Lula informando a imposição de tarifa de 50% aos produtos brasileiros
As tarifas definidas variam entre 20% e 50%, de acordo com cada país. As Filipinas receberam a menor taxa, de 20%.
A decisão foi recebida com espanto por economistas e entidades ligadas à indústria e à agropecuária brasileira. O ex-presidente do Banco Central, Alexandre Schwartsman, afirmou que a medida tem um viés político, enquanto o economista e Prêmio Nobel Paul Krugman classificou a tarifa de 50% como “maligna e megalomaníaca”.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se manifestou, apontando que não há justificativa econômica para uma tarifa de tal magnitude. Segundo a entidade, a decisão ameaça empregos e a competitividade de setores exportadores brasileiros.
A expectativa é que novas cartas com tarifas adicionais sejam divulgadas nos próximos dias, aumentando ainda mais a tensão no cenário do comércio internacional.