Diretor da PF reage a fala de Eduardo Bolsonaro e vê tentativa de intimidação

Parlamentar retoma atividades com discurso agressivo e volta a atacar instituições; Polícia Federal promete resposta legal firme

Durante uma transmissão ao vivo realizada no mesmo dia em que encerrou sua licença da Câmara, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) direcionou falas hostis contra membros da Polícia Federal, incluindo o delegado Fábio Alvarez Shor. Em tom ameaçador, o deputado insinuou que tomaria medidas ao descobrir quem estaria o investigando. As declarações provocaram reação imediata do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que classificou o episódio como “covarde tentativa de intimidação” e garantiu que a corporação não se intimidará diante de ataques.

Fábio Shor é um dos responsáveis por apurações delicadas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, no Supremo Tribunal Federal. Ele atuou em investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e em denúncias de fraude nos registros de vacinação. Não é a primeira vez que o deputado critica o delegado: no início do ano, a própria PF abriu um processo administrativo disciplinar contra ele por falas semelhantes. Rodrigues reforçou que nenhum investigado será capaz de intimidar a instituição, e que ameaças contra agentes públicos no exercício da função são passíveis de investigação criminal.

Além dos ataques verbais, Eduardo Bolsonaro também descartou qualquer intenção de renunciar ao mandato, mesmo com sua licença parlamentar chegando ao fim. O deputado, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, passou a ser alvo de uma investigação da Procuradoria-Geral da República. A apuração envolve suspeitas de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com foco em possíveis articulações internacionais para interferir em decisões judiciais que envolvem seu pai e outras autoridades brasileiras. Caso não apresente justificativas válidas para as ausências, ele corre o risco de ter faltas registradas e até perder o mandato.

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