Operação policial na Espanha resgata 162 mulheres latinas vítimas de tráfico sexual

Uma das maiores ações contra exploração sexual no país libertou vítimas em situação de vulnerabilidade, maioria da América do Sul, e prendeu 37 integrantes da quadrilha

A Guarda Civil, a Polícia Nacional e o Serviço de Vigilância Aduaneira da Espanha realizaram uma grande operação nesta terça-feira, 22 de julho, que resultou no resgate de 162 mulheres vítimas de exploração sexual. A maioria das mulheres era sul-americana, sem documentação legal para residir ou trabalhar no país, e foi submetida à prostituição forçada por uma organização criminosa que atuava em diversas províncias espanholas.

Ao todo, 37 pessoas foram presas, sendo 22 em Valência, quatro em Málaga, quatro em Múrcia, quatro em Castellón e três em Alicante. Dessas, nove estão em prisão preventiva. A operação cumpriu 39 mandados de busca em sete províncias diferentes, e foram apreendidos 141 mil euros em dinheiro e três veículos.

A investigação começou após a denúncia de três mulheres que relataram abusos em diferentes localidades do país. A partir disso, a polícia identificou uma rede que operava principalmente em Valência, com ramificações em Barcelona, Málaga, Múrcia e Tarragona.

Imóveis disfarçados de casas de massagem eram utilizados para o crime. A quadrilha alugava ou comprava propriedades, montando supostos estabelecimentos comerciais que escondiam os locais de exploração. As condições eram precárias: as vítimas dormiam nos mesmos quartos onde atendiam os clientes, em espaços fechados, sem ventilação adequada, e tinham liberdade limitada a duas horas por dia.

Cada imóvel tinha encarregadas responsáveis por controlar as vítimas, cobrar os clientes, administrar drogas e responder aos anúncios em sites especializados. A vigilância era constante, com câmeras monitorando os ambientes em tempo real. A organização ficava com metade dos valores dos atendimentos e ainda aplicava multas por qualquer descumprimento das regras impostas.

Durante a operação, foram feitas buscas nos imóveis utilizados para a exploração e nas casas dos 11 líderes do grupo, desarticulando a estrutura central da quadrilha. As autoridades destacam que o trabalho conjunto foi essencial para quebrar o esquema e libertar as vítimas, muitas das quais devem agora receber apoio jurídico e psicológico.

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