TV 3.0 promete revolucionar a experiência dos brasileiros diante da televisão

Novo padrão traz mais interatividade, qualidade de imagem e integração com a internet, além de resgatar o protagonismo da TV aberta

Com lançamento oficial marcado para esta quarta-feira, o governo federal assina o decreto que regulamenta a TV 3.0, uma nova geração tecnológica que promete transformar o consumo de televisão aberta no Brasil. A tecnologia traz imagem e som de altíssima qualidade, integração com a internet e novos recursos interativos, incluindo compras pelo controle remoto e conteúdos personalizados. O sistema, baseado no padrão internacional ATSC 3.0, também permitirá serviços como votações em tempo real, alertas de emergência e acesso a serviços públicos diretamente pela TV, marcando uma evolução significativa no setor de radiodifusão.

Além de ampliar a interatividade, a TV 3.0 surge como resposta ao avanço dos serviços de streaming, que dominaram as telas iniciais das SmartTVs e reduziram o alcance da televisão aberta. Com a nova tecnologia, os canais tradicionais devem voltar a ocupar posição de destaque nos aparelhos, por meio de ícones semelhantes aos aplicativos mais populares. Especialistas defendem que essa mudança pode recuperar a relevância da TV aberta, especialmente entre os públicos que já possuem acesso à internet de qualidade. Para isso, os televisores virão com um novo catálogo inicial que prioriza os canais abertos, o que pode incentivar o retorno do “zapeamento”, prática ainda querida por muitos telespectadores.

No entanto, o sucesso da implementação enfrenta obstáculos importantes: o alto custo para emissoras e usuários, que precisarão investir em novos transmissores, conversores e aparelhos compatíveis, além da desigualdade no acesso à internet. De acordo com dados do Cetic.br, apenas 22% da população brasileira tem conectividade satisfatória, com os números mais baixos entre mulheres, moradores do Nordeste e pessoas das classes sociais mais vulneráveis. Ainda assim, a proposta inclui uma plataforma pública de comunicação digital, garantindo espaço para emissoras educativas e de governo, mesmo em regiões sem sinal de antena. Essas emissoras ganharão aplicativos próprios com conteúdo sob demanda, personalização e novas formas de engajamento, ampliando o alcance e o impacto social da nova televisão brasileira.

Bés

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