Manifestações pedem anistia a condenados do 8 de janeiro enquanto desfile do 7 de setembro ecoa gritos por justiça e soberania
Apoiadores de Bolsonaro protestam em diversas capitais, enquanto Lula lidera celebração oficial marcada por críticas à tentativa de golpe e defesa da democracia

Neste domingo, 7 de setembro, o Brasil viveu um dia de celebrações cívicas marcadas por forte polarização política. Em diferentes capitais, manifestantes bolsonaristas foram às ruas pedir anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, com cartazes, faixas e críticas ao Supremo Tribunal Federal, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. As manifestações ocorreram em cidades como Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília, com presença de políticos como Carlos Bolsonaro, Nikolas Ferreira e Jorginho Mello. Em Florianópolis, opositores à anistia também se manifestaram, defendendo a soberania e criticando interferências estrangeiras, como as tarifas impostas por Donald Trump.
Enquanto isso, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do desfile cívico-militar do Dia da Independência, acompanhado por ministros e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Diante de um público estimado em 45 mil pessoas, o evento foi marcado por gritos de “sem anistia” e pela exaltação da soberania nacional, em resposta à tentativa de golpe de 2023 e às pressões internacionais. A cerimônia contou com desfiles das Forças Armadas, estudantes e forças de segurança, além da tradicional Esquadrilha da Fumaça. Neste ano, os temas principais foram o Brasil soberano, o Novo PAC e a preparação para a COP30, que ocorrerá em Belém.
A ausência de ministros do STF no desfile refletiu o clima de tensão institucional. O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, está em missão oficial na França, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, permanece em seu estado. Em pronunciamento na véspera, Lula destacou a importância da democracia, do meio ambiente e da união nacional, reforçando que a soberania não se negocia. O contraste entre os atos de rua e a cerimônia oficial evidenciou o embate político em torno da anistia, do futuro democrático do país e da responsabilização pelos ataques ao Estado de Direito.