Polícia Civil prende cúpula de grupo criminoso especializado em fraudes eletrônicas na 3ª fase da Operação Medici Umbra
Ação cumpriu mandados em Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo, desarticulando organização que invadia sistemas governamentais e vendia dados sensíveis

Na manhã desta terça-feira, 16 de setembro, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE/Dercc), deflagrou a 3ª fase da Operação Medici Umbra – A Fonte, com o objetivo de desarticular a cúpula de um grupo criminoso de atuação nacional. A organização é especializada em invasão de sistemas informáticos, estelionato eletrônico e falsificação de documentos.
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e outros três de busca e apreensão nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo. Até o momento, duas pessoas foram presas, com apoio operacional das Polícias Civis locais.
Segundo a investigação, a fraude era sustentada por uma estrutura criminosa altamente técnica e compartimentada, que atuava desde a invasão de sistemas governamentais sensíveis até a aplicação de golpes contra vítimas.
O principal alvo da operação, identificado como “a fonte”, é um criminoso de 26 anos residente em Pernambuco. Ele é suspeito de invadir sistemas governamentais para obter e revender dados sigilosos, afirmando ter acessado 239 milhões de chaves Pix e informações relacionadas à segurança pública e trânsito em diferentes estados. Esses dados eram vendidos a intermediários, que administravam plataformas de consultas ilícitas.
Um dos intermediários, também de 26 anos, do Rio Grande do Norte, criou uma plataforma de “puxadas” (consultas ilegais de dados) em grupos de mensagens, atraindo outros criminosos interessados em comprar acesso a informações sensíveis.
Já em São Paulo, outro investigado de 26 anos, ligado diretamente à execução de fraudes contra médicos gaúchos na 1ª fase da Operação Medici Umbra, deflagrada em junho, foi preso nesta terça-feira.
Escalada das investigações
Esta é a terceira fase da Operação Medici Umbra, iniciada após uma série de ataques e fraudes contra médicos no Rio Grande do Sul. As etapas anteriores focaram nos executores diretos dos golpes, resultando em prisões e apreensões de dispositivos eletrônicos.
A análise aprofundada do material apreendido, aliada ao rastreamento financeiro e a ferramentas de investigação tecnológica, permitiu à Polícia Civil chegar à hierarquia do grupo, identificando de forma clara a fonte dos dados (em Pernambuco), o intermediário responsável pela distribuição (no Rio Grande do Norte) e o operador logístico e financeiro da ponta (em São Paulo).
A ação mobilizou mais de 50 policiais civis de quatro estados, que cumpriram as ordens judiciais e apreenderam novos dispositivos eletrônicos e provas.
Com a operação, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul reforça o compromisso de combater organizações criminosas de alta complexidade, buscando a responsabilização de todos os envolvidos e a repressão qualificada das práticas delitivas.