Operação Garra desarticula esquema milionário de furto e desmanche de caminhões no RS

Ação da Polícia Civil cumpriu 35 mandados em cinco cidades e resultou na prisão de oito pessoas ligadas a duas grandes organizações criminosas.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 18 de setembro, a Operação Garra, visando combater duas das maiores e mais estruturadas organizações criminosas do estado, especializadas em furto, receptação, adulteração, desmanche e extorsão envolvendo caminhões. A ação foi conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo e pela 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo.

Ao todo, foram cumpridas 35 ordens judiciais, sendo 12 mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão, Santa Maria e Montenegro. Até o momento, oito pessoas foram presas.

Fruto de uma investigação que durou aproximadamente dois anos, a operação revelou um esquema sofisticado que tinha como alvos principais caminhões de alto valor, muitos equipados com dispositivos munck. Durante as investigações, foram identificados mais de 50 indivíduos com diferentes funções dentro dos grupos, desde ladrões e desmanchadores até responsáveis pela logística e lavagem de dinheiro.

As organizações utilizavam estabelecimentos comerciais, como ferros-velhos e recicladoras, como fachada para o desmanche, venda de peças e lavagem do dinheiro ilícito. Além disso, imóveis rurais e a criação de cavalos eram usados para ocultar bens e movimentar os lucros da atividade criminosa. A atuação dos grupos foi relacionada a mais de 65 ocorrências policiais e ao furto ou adulteração de mais de 60 caminhões.

Para dificultar a identificação dos veículos, os criminosos trocavam a ponta do chassi, alteravam a cor, quebravam vidros com numeração e removiam plaquetas, chegando a picar os chassis para venda como sucata. O prejuízo causado à sociedade é milionário, com estimativas de que o lucro do grupo criminoso ultrapassava três milhões de reais.

Segundo o Delegado André Serrão, titular da 2ª DP de São Leopoldo, foram expedidos mandados de prisão contra indivíduos de alta periculosidade, incluindo as duas principais lideranças. “Estes líderes coordenavam uma estrutura complexa, com ‘braços direitos’ e ‘gerentes’ que distribuíam tarefas específicas, garantindo a execução de toda a cadeia criminosa”, explicou o delegado. A investigação também identificou o uso de “laranjas” e a participação de familiares na movimentação financeira do esquema.

Verauto

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