Trump aumenta tensão com Venezuela e ameaça com consequências “incalculáveis”

Presidente dos EUA pressiona Caracas a aceitar prisioneiros, intensifica ações militares no Caribe e reacende conflito sobre deportações

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom contra a Venezuela neste sábado (20), ao exigir que o governo de Nicolás Maduro aceite de volta prisioneiros supostamente enviados ao território norte-americano. Em mensagem publicada na plataforma Truth Social, Trump alertou que, caso Caracas se recuse a colaborar, “o preço a pagar será incalculável”. O ex-presidente não detalhou quem são esses prisioneiros, apenas mencionou que alguns deles teriam vindo de instituições psiquiátricas.

A escalada verbal ocorre paralelamente a uma intensificação das operações militares dos EUA no sul do Caribe. Trump anunciou um novo ataque a uma embarcação que, segundo ele, transportava drogas e foi atingida por ordem direta do Pentágono. Três homens morreram na ação, registrada em vídeo divulgado pelo próprio presidente, que afirmou que a inteligência norte-americana confirmou o envolvimento da embarcação com o narcotráfico. O episódio é o terceiro ataque do tipo em poucas semanas e ocorre enquanto caças F-35 e navios de guerra reforçam a presença militar americana na região.

Enquanto isso, o governo dos EUA também moveu esforços legais para permitir a deportação de mais de 300 mil imigrantes venezuelanos. A Casa Branca pediu à Suprema Corte uma decisão urgente para derrubar o Estatuto de Proteção Temporária (TPS), que atualmente impede essas deportações. A medida acontece após uma decisão de um juiz da Califórnia que considerou “arbitrária e caprichosa” a tentativa do Departamento de Segurança Nacional de suspender o TPS. A ofensiva jurídica é mais um elemento da pressão coordenada contra o governo de Maduro.

Em resposta à crescente presença militar e às acusações de envolvimento com o narcotráfico, Nicolás Maduro voltou a afirmar que os Estados Unidos têm como objetivo retirá-lo do poder. No mês passado, Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão do presidente venezuelano. Maduro nega qualquer envolvimento com crimes transnacionais, enquanto a retórica de Trump sugere um cenário cada vez mais hostil entre os dois países.

Mario Augusto Dias Lopes

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