PCC é alvo da Operação Spare por lavagem de dinheiro com uso de motéis e postos de combustíveis

Grupo criminoso utilizava empreendimentos legais e fintech para ocultar recursos ilícitos em São Paulo

A Operação Spare, deflagrada na quinta-feira, 25 de setembro, revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) operava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis, motéis e empresas de fachada. A ação foi conduzida em São Paulo, com o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão.

As investigações tiveram início a partir de suspeitas envolvendo casas de jogos clandestinos na Baixada Santista e o uso de máquinas de cartão de crédito e débito ligadas a postos de combustíveis. Segundo o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Silvio Loubeh, o grupo movimentou milhões de reais em transações ilegais.

Durante a operação, foram apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, além de 20 celulares, computadores e uma arma de fogo, informou o coronel Valmor Racorti, comandante do Policiamento de Choque. A Receita Federal também anunciou que vai reforçar o controle sobre a importação de petróleo e derivados, bem como melhorar a identificação de beneficiários finais de fundos de investimento.

A operação mobilizou 110 policiais militares, agentes da Receita Federal, da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria da Fazenda. As investigações apontam que os valores captados por máquinas de cartão em casas de jogos eram repassados para uma fintech, usada para forjar a origem dos recursos.

Essa fintech já havia sido alvo da Operação Carbono Oculto, realizada em 28 de agosto, também contra o PCC. Um dos principais alvos da ação atual é considerado um dos operadores mais antigos do grupo criminoso no setor de combustíveis.

O esquema de lavagem de dinheiro envolvia ainda empreendimentos imobiliários, motéis e redes de franquias, ampliando o alcance das atividades ilícitas do PCC no estado de São Paulo.