Após 13 anos, hospital é condenado por negligência na morte do filho de Flávio Dino
Ministro do STF destaca importância da responsabilização e anuncia doação da indenização recebida após longa batalha judicial

Mais de uma década após a perda do filho, o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino obteve decisão favorável em ação contra o Hospital Santa Lúcia, em Brasília, onde Marcelo Dino faleceu aos 13 anos. O caso, que se arrastou por 13 anos e seis meses, resultou em uma indenização de R$ 600 mil para Dino e outros R$ 600 mil para a mãe da criança, Deane Fonseca, totalizando R$ 1,2 milhão. Apesar da vitória judicial, o ministro afirmou que o valor não tem importância pessoal e será integralmente doado. O Hospital e o Grupo Santa, que administra a unidade, não se pronunciaram sobre o desfecho.
O episódio ocorreu em fevereiro de 2012, quando Marcelo foi internado com uma grave crise de asma. Mesmo com melhora inicial, ele voltou a ter dificuldades respiratórias durante a madrugada e morreu no dia seguinte. À época, Flávio Dino presidia a Embratur. Segundo a denúncia, houve abandono do plantão por parte da médica da UTI pediátrica, o que teria atrasado o socorro necessário. Uma médica e uma enfermeira chegaram a ser investigadas por homicídio culposo, mas foram absolvidas em 2018 por falta de provas.
Nas redes sociais, Dino afirmou que a maior conquista não foi a indenização, mas sim o reconhecimento formal da responsabilidade do hospital pela morte do filho. Ele expressou esperança de que a condenação represente uma mudança nos protocolos da instituição e sirva como alerta a outras famílias. “As ações judiciais não trazem de volta quem partiu, mas podem evitar outras tragédias”, escreveu. O ministro também incentivou outras vítimas de negligência médica a buscarem justiça, reforçando que a responsabilização é essencial para a prevenção de novos erros.