Vacina contra HPV evita mais de 1 milhão de mortes de meninas no mundo em três anos

Estudo aponta que 86 milhões de meninas estão protegidas contra o câncer do colo do útero; Brasil oferece imunização gratuita e em dose única

A vacina contra o HPV (papilomavírus humano) evitou mais de um milhão de mortes de meninas e jovens por câncer do colo do útero nos últimos três anos, de acordo com dados divulgados pela Gavi, Aliança para Vacinas, organização internacional independente. A informação foi divulgada nesta semana e está associada ao avanço das campanhas de vacinação em países de baixa renda.

Segundo a Gavi, 86 milhões de meninas já estão protegidas contra a principal causa do câncer do colo do útero, como resultado de um esforço coletivo iniciado em 2023. “Mais de um milhão de mortes foram evitadas graças ao compromisso dos países, parceiros, sociedade civil e comunidades”, afirmou Sania Nishtar, presidente da organização.

A vacina se mostrou altamente eficaz, com estimativa de 17,4 mortes evitadas a cada 1.000 crianças vacinadas. Os esforços da Gavi também teriam permitido, no total, evitar 1,4 milhão de mortes no período.

Realidade nos países de baixa renda

A maior parte das mortes por câncer do colo do útero ocorre em países com menos acesso a exames de rastreamento e tratamentos, o que representa 90% das 350 mil mortes registradas em 2022. A Gavi tem atuado para ampliar a cobertura vacinal nessas regiões e também para reduzir o custo das doses.

Atualmente, os países apoiados pela aliança pagam entre US$ 2,90 e US$ 5,18 por dose, enquanto em outros locais o custo pode ultrapassar os US$ 100.

Situação da vacinação no Brasil

No Brasil, a vacina contra o HPV é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014. Inicialmente voltada para meninas, a campanha foi ampliada para meninos em 2017. Desde abril de 2024, o país adotou o esquema de dose única, em conformidade com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

O público-alvo da vacinação atualmente são crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, com o objetivo de garantir imunização antes do início da vida sexual, momento em que o vírus geralmente é transmitido.

Avanço global

Com a redução dos custos e aumento da produção de vacinas, mais de 50 países devem adotar a imunização com apoio da Gavi até o fim de 2025. A meta é contribuir para a eliminação do câncer do colo do útero como problema de saúde pública, doença que, segundo a OMS, mata uma mulher a cada dois minutos no mundo.

Informações Só Notícia Boa.