Despedida marcada por fé reúne família destruída por tragédia em SC

A comunidade do bairro Laranjinha, em Criciúma, amanheceu abalada ao acompanhar um velório incomum e carregado de simbolismo. Os caixões de Rita de Cássia, de 59 anos, de sua filha Talia, de 26, e do responsável pelas mortes — Kelvin da Silva Silveira, de 33 anos — foram colocados lado a lado, como gesto final de união de uma família marcada pela fé da matriarca. O culto ocorreu na Assembleia de Deus onde Rita atuava, reunindo orações e abraços silenciosos de amigos e moradores que buscavam compreender a tragédia que desestruturou o bairro.
A decisão de realizar a cerimônia conjunta partiu dos próprios familiares, que afirmaram agir inspirado no legado de perdão pregado por Rita. Kelvin, morto pela Polícia Militar durante a tentativa de salvar a mãe e a irmã, foi lembrado pelos parentes como alguém que se perdeu em meio ao surto psicótico e ao uso de drogas, mas que continuava sendo parte da família. No discurso emocionado de quem se despedia, muitos repetiam que estavam enterrando não apenas três pessoas, mas “três dores diferentes”.
Enquanto isso, detalhes do crime seguem sendo examinados pela Polícia Civil, que investiga o uso de múltiplas facas, uma espingarda e até um buraco iniciado no porão, que Kelvin teria cavado para ocultar os corpos. Talia deixa três filhas, incluindo a criança de três anos que escapou ao pedir ajuda aos vizinhos antes do ataque. Após o culto das 13h, os três corpos foram levados juntos ao Cemitério São Marcos, encerrando um dia em que, apesar da brutalidade dos fatos, a comunidade escolheu destacar apenas uma palavra: perdão.
Com informações do Jornal Razão.






