Porto Alegre lidera ranking de mortalidade por Aids e revela cenário alarmante de infecções

Capital gaúcha enfrenta epidemia generalizada de HIV, com índices muito acima da média nacional e impacto crescente na região metropolitana

Um boletim recente do Ministério da Saúde revelou que Porto Alegre enfrenta uma epidemia generalizada de HIV, com taxas de mortalidade por Aids e infecções em gestantes muito superiores à média nacional. Em 2024, a cidade registrou 12 mortes por Aids a cada 100 mil habitantes, quase três vezes acima do índice nacional de 3,4. O cenário entre gestantes é igualmente preocupante: 14,9 casos de HIV a cada mil nascidos vivos, número que representa quase cinco vezes a média brasileira. Esses indicadores colocam a capital na liderança dos principais rankings negativos desde 2014.

A capital também se destaca negativamente entre as crianças menores de cinco anos, com a segunda maior taxa de detecção de Aids do país, ficando atrás apenas de Vitória. Quando se observa a taxa geral de detecção da doença, Porto Alegre ocupa a terceira posição entre as capitais, atrás de Belém e Manaus. No levantamento dos 100 municípios com mais de 100 mil habitantes, a cidade lidera o ranking de vulnerabilidade epidemiológica, que considera múltiplos indicadores relacionados à Aids e ao HIV. Além disso, municípios da região metropolitana como Canoas, Alvorada e Sapucaia do Sul também aparecem entre os mais afetados.

Apesar do quadro grave, ações estruturais têm promovido avanços graduais. A testagem rápida foi incorporada à atenção primária em 2011, e desde 2019, a cidade não ultrapassa mil novos casos por ano. Outro avanço foi a inclusão da PrEP (profilaxia pré-exposição) na rede pública em 2022, com aumento na adesão, especialmente entre mulheres cis. Para facilitar o acesso, o município oferece consultas virtuais e entrega domiciliar da medicação. Especialistas reforçam que a prevenção precisa ser personalizada e enfrentar tabus sociais, como discutir abertamente sexualidade e desejo, para que medidas de proteção realmente alcancem toda a população.

Lab Veranense

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo